Cada vez mais médicos e hospitais buscam formas de
minimizar as fragilidades dos bebês prematuros, garantindo conforto para as
crianças e os pais. Em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, uma nova ideia
parece estar surtindo efeito. Inspirada em métodos aplicados em outras
instituições, uma fisioterapeuta está usando redes para acalmar os bebês no
Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Virvi Ramos.
Manter o bebê na rede, mesmo que por alguns minutos, faz
com que ele se sinta ainda no ventre materno e fique mais calmo. Na prática, a
ideia é bastante simples: as redes são colocadas dentro das incubadoras.
Durante a respiração, o corpinho do bebê faz um movimento leve e é isso que faz
bem para ele.
Além disso, como os bebês ficam em uma posição que limita
os movimentos mais expansivos, eles gastam menos energia, favorecendo o ganho
de peso. É sabido que o baixo peso dos bebês prematuros é um dos maiores
motivos de preocupação de médicos e pais. Por isso, esse tipo de alteração na
rotina é tão importante para os pequenos.
A ideia da fisioterapeuta ocorreu depois que ela pegou um
bebê prematuro de apenas 55 gramas. A especialista fez oscilações para ajustar
o seu posicionamento e percebeu que poderia usar as redes para reproduzi-las.
De acordo com esse método, o bebê pode ficar de meia hora a duas horas por dia
na rede.
Nos primeiros pacientes a técnica deu certo. Em pouco
tempo eles tiveram ganho de peso, ficaram mais fortes e calmos, já que a rede
simula muito bem o útero da mãe. Para o hospital, esse método ainda ajuda as
crianças pequenas a melhorarem a postura, sobretudo na região do quadril. Os
estímulos sensoriais, isto é, visão, audição e tato, também apresentaram
respostas satisfatórias após a utilização da rede.
Assim como as mulheres estão redescobrindo o parto
natural, que tem rápida recuperação e apresenta baixos riscos para a mamãe e o
bebê, a tendência é que os hospitais fiquem cada vez mais humanizados. O
ambiente frio e distante, cheio de aparelhagens, vai continuar existindo.
Porém, arquitetos
especializados junto com
profissionais da saúde podem, aos poucos, fazer com que pequenas mudanças nos
ambientes hospitalares se tornem mais acessíveis, cumprindo a sua principal
função: cuidar da saúde dos pacientes. O uso da rede é um nítido exemplo disso.
De baixo custo e fácil instalação, o método surpreende por ser um investimento
de grande custo-benefício e que, em breve, poderá ser expandido para todo o
país.
MT Agora